REVELAÇÃO

Pois metade de mim é partida
a outra metade é saudade.


Oswaldo Montenegro

quinta-feira, março 28, 2013

Embalados pelos ventos


Os ventos que impelem as nossas velas
Às vezes podem ser tempestuosos.
Porém,
Também são eles
Que nos dão uma direção...
 Desliza-nos dentro de uma rota traçada
ou 
Arremessa-nos a singrar novos caminhos.
Na calda do vento que passa
Embalamos nossos sonhos
Nossas fantasias...
Em sopros de ventanias
Navegamos em poesias.

(Luz e paz para todos... Feliz páscoa!!)

Solidão ressequida



Foi quando ela deixou de sorrir
Que se perdeu de si mesma
Perdeu a capacidade de amar-se.
Já não conseguia ser...
Imaginar-se inteira, viva
Era-lhe uma tarefa gigante.
Indiferente a tudo...
Já não sabia de onde vinha o calor
Da vida, do amor.
No seu olhar permanecera apenas o cinzento
Que lhe abrigava uma solidão ressequida.


quarta-feira, março 27, 2013

Amor é isso...


Tal qual borboleta é o amor
O devemos deixar pousar
Sendo assim sentiremos___ 
___ Todas as suas cores por dentro.
Livre__
Porém, atraído, seduzido...
Amor então é isso___
___Uma liberdade aprisionada.
____________________
Amor é mais que um querer
É a necessidade de estar junto
Rodeado de cores 
Que não as nossas.
Amor então é isso___
___ É gostar das nossas cores
Em companhia de outras
Desenhando aquarelas inteiras
Cores compartilhadas formam arco-íris.

segunda-feira, março 25, 2013

Ciclos das estacões


Gosto de gente que tem cheiro de primavera
Mesmo dentro de rigoroso inverno
Gosto de gente que celebra o calor do verão
Aguardando com esperança
Pelo milagre da renovação do outono
Gosto de gente que não perde as delicadezas
Mesmo quando as nuvens lhe rodopiam no horizonte
Gosto de gente que semeia serenidade
Ante as turbulências da vida
-----------
Ciclos das estações
Preparação, transformação, amadurecimento...
Extremos imprescindíveis para nosso aprendizado
Alterações da alma
Sabedoria... Vida.

domingo, março 24, 2013

Abrigada no poema


Há nos corações dos homens marés de inquietudes.
 Há uma nudez explícita em muitas almas.
Estão desprovidas de amor, calor...
Os sonhos estão escapando.
Num mundo sem fronteiras
A felicidade não é uma coisa simples
De ser conquistada.
Os momentos mágicos têm de ser acarinhados.
Engavetados no fundo da alma.
Para que não se percam...
Para que o entusiasmo não perca a leveza do voo.
Sendo assim...
No vai e vem dos dias 
Abrigo-me onde o poema faz-me sombra.

Poemas soprados


O tudo não lhe parece ser bastante
O olhar não se esgota
Prolonga-se além...
A desnudar a alma do mundo.
Extraindo para si 
Bosques de cores...
Aconchegando à alma 
Poesias distribuídas.
Coletando ao coração
Poemas inteiros.
Como se não lhe houvesse amanhã.


sábado, março 23, 2013

Cores furtadas



Ao fundo de sua solidão
Eu estive lá.
Preguei o amor, a felicidade...
Espalhei estrelas em suas noites escuras.
O tempo passou...
E sem aviso 
Sem fazer ruído
Você deixou-me de fora da sua vida.
Roubou-me o céu...
 Dentre a escuridão que me tingiu
Fiquei a reinventar-me em cores.


sexta-feira, março 22, 2013

Amor acrescido


Então você chegou...
Amanheceu em mim.
E reinventei-me  por dentro.
Reinventei-me num amor tão imenso...
Que às vezes, não o caibo em mim.
Aos tantos derramo-me____________
Quando suas mãos entrelaçam as minhas
E seu olhar me acaricia.
São neles que mergulho
E transbordo em amor.

O poema


Uma flor...
... Não desabrocha num instante.
A vida observa os sinais do tempo
Como quem espera um nada.
Enquanto alimenta e ensina
Com a sabedoria de mestre.
O gigantesco útero que nos abriga.
O verdadeiro permanece.
ar
seiva
É a vida...
 .... O poema.


quinta-feira, março 21, 2013

Felicidade


Ditoso é ser feliz
Porém, 
Promover a alegria alheia
Chama-se felicidade.

Do lado de dentro


Se o silêncio silencia-me?
... Nunca.
Do lado de dentro
Há retalhos e retalhos de memórias.
Vozes de corpo inteiro
Ao leme.
Antigas e atrevidas
Agrilhoando-me os pensamentos.

Segredos de outono


Suaves segredos 
Contam os ventos da madrugada.
Falam dos segredos das folhas.
Das outonais folhas que espalham.
...
Solitárias são as folhas outonais.
São povoadas de silêncios.
Guardam calmarias e tormentas
O viver e o morrer de outras vidas.
...
Folhas outonais quando caem
Descansam os sentimentos.


segunda-feira, março 18, 2013

Alma antiga


Às vezes não quero ter pressa em apreciar...
Em descortinar o belo ante a limitação de minha visão.
Queria poder caber o mundo em um único olhar.
E perder-me em devaneios.
Gostaria de atar-me em algum momento mágico
Que tantas e tantas vezes, teima em prender-me a ele.
No entanto, teimo em querer além...
Tenho pressa de cada segundo.
Sendo assim,
Busco um equilíbrio
Entre a permanência e o voo.
Porém nem sempre fico satisfeita comigo mesma.
E acabo me perguntando
Dever-me-ia ter permanecido um pouco mais?
E desse modo, prossigo ansiando pelo reencontro...
Pois que sou alma antiga
Saudosa de (in)completas lembranças.

sexta-feira, março 15, 2013

Amor cultivado


Amor para mim...
Tem que ser macio feito nuvem delicada.
Tem que ser amor de olhos vidrados.
Tem que ser amor cultivado.
Doem-me pessoas que tem medo de amar.
Dói-me amor guardado.
Dói-me sentimento bonito engavetado.
Amor bonito é aquele que de tanto amor
Vaza pelos poros.
Amar assim...
Grande, expandido, totalidade.
Para mim é inevitável.

quinta-feira, março 14, 2013

Semeando felicidade


Talvez o dia tenha-lhe dado 
Um sorriso escancarado
Num parir de lume pela boca.
Ou quem sabe foi inundada 
Por uma brisa leve e mansa
Com cheiro de flor quando acorda.
Só sei 
Que quando ela passou
Levava o brilho da esperança
Bordado no olhar.
Anda por aí...
A semear felicidade.

quarta-feira, março 13, 2013

Lado delicadezas


Tão recompensador
Esse lado delicadeza que tenho.
É ele que me enaltece os dias.
Através da doçura 
De um olhar carinhoso...
Sobre tudo que acarinha
E me permanece na alma.
É esse lado delicadeza
Que me aconchega às belezas-de-cada-dia.
Permitindo-me as ternuras, 
Ao alcance das mãos.
Quando sou delicadezas
É quando me pertenço.
Sou a emoção, o coração, a imaginação.

terça-feira, março 12, 2013

Quase felicidade


Gosto da minha quietude.
Numa ausência de pensamentos,
Tendo a consciência apenas do silêncio.
Unicamente para apanhar doçuras.
Recolher-me é receber respostas.
É-me quase um retorno à origem.
No abandono da existência...
Que me habita
Acarinha-me
E me nutre a alma.

sexta-feira, março 08, 2013

Vivo assim...


 O meu olhar sempre anseia
Num desespero mudo
A presentear-me por dentro
Com as belezas que me passam despercebidas
Enquanto caminho pelos meus desertos
Pois que caminho a procura de mim.


quinta-feira, março 07, 2013

Presença definida


Ainda que as noites continuem
Elas me são memórias sem abrigo.
Pois que,
 Guardo manso olhar
Às delicadezas que trago comigo.
Elas sim, são presença definidas
A fixarem-me as cores da vida.

(In)definições


No silêncio dos dias (es)corridos
A memória lhe chegava (in)definida.
Pois que lhe vingava (in)esperada
E (a)normal ausência dos sentidos...
Esquecidos nos caminhos da sua alma.
Onde lhe estavam as pegadas?
Tinha certa (in)certeza 
De tê-las deixado.
Pegadas imprimidas...
Erros e acertos dos seus passos.
Pegadas que eram suas.
Teriam sido
Noites e dias bordados na areia?
Ontem, ela teve o "mundo" a seus pés
Hoje, está a procura do mesmo.
Perdido no (des)entender da vida.
...
(Pegadas são sinais de vida.)

Em oposição


Observo as suas pétalas
Bordadas em detalhes.
Que permanecem
E confessam...
A sua constante presença
Nas mãos geladas do tempo.
Insistentes...
Acreditam na força das cores.

Amarelo orvalhado


Profundo é...
 O amarelo que me preenche as hastes verdes.
Permitindo-me existir em estrela.
Num sobrenatural jeito de ser...
Corpo dourado pelas mãos do vento.

quarta-feira, março 06, 2013

Sobrevivência


Os olhos gritavam em silêncio
O som firme de uma voz sobrevivente
E no campo árido que lhe habitava
Desabrochava em flor agreste.

terça-feira, março 05, 2013

Espantosa realidade.


A tranquilidade lhe era absoluta.
Foi então que conheceu desvairada solidão...
O silêncio gravitava em barulhos esganiçados.
Paridos dos recônditos, da estarrecida alma.
Traída pelo seu próprio vazio.

Abrigo


Quando os temporais me estremecem o silêncio
Busco abrigo onde o poema traz-me aconchego.




O que é bonito tem vínculos dentro do tempo e da distância. (May Lu)

Reciprocidade