Há pessoas que não entendem a profundidade
da lucidez do meu silêncio.
Não
reconhecem a intensidade da liberdade
No momento em que
sou ave calada no ninho.
São instantes em
que navego na imensidão
Do oceano que me
habita.
E nestas águas
dormiram-se as palavras.
É neste silêncio
denso que a boca cala-me e alma fala-me.
Quando lado a lado
sou corpo e alma
É o encontro com o melhor e o pior de mim.
É o encontro com o melhor e o pior de mim.
E não estou só...
Sou eu e tantas outras de mim.
Companheiras de
silêncio
Juntas, somos o
poema por mim nunca escrito.
Para muitos o
poema insondável...
E de tempos em
tempos o silêncio me visita
Para lembrar-me
quem eu sou.
(É dentro do mais
profundo que a memória grava a história).