REVELAÇÃO

Pois metade de mim é partida
a outra metade é saudade.


Oswaldo Montenegro

terça-feira, março 18, 2014


A vida não me é inebriante, mas também não me é triste.
Tão somente me há certa angustia nos dias vividos...
 Uma saudosa e doce melancolia adormecida no peito.
Pois diante as tempestades desbravei os silêncios...
E dentro dos silêncios depositei minha urgência de fuga,
Criei minhas asas e o meu porto-solidão.
E é como se não me amanhecesse o dia.
Ao mesmo tempo em que me torna impossível
Repousar sobre os dias idos...
Sobre os aranhões na alma, 
Sobre os meus pedaços recolhidos aqui e ali.
Pois que, me falta uma porção.
E sinto saudades de mim!
Dos bocados que me foram tirados.
Não que isso signifique que eu cultive a tristeza.
Todavia, sinto saudades dos sonhos, dos risos...
Que me foram usurpados.
Sinto saudades dos caminhos que não percorri,
Mas que foram feitos para mim.
Eu sabia e sei que estão lá, em algum lugar.
Pois eu os conheço e os sei de cór em cada canto e recanto.
De uma forma inexplicável eu senti os seus ventos,
Seus aromas e as suas ternuras sobre minha pele.
E sinto saudades de uma época em que fui inteira...
Sim, eu sinto saudades da minha alma
E do meu coração em um único lugar. 

segunda-feira, março 17, 2014


A solidão do nosso irmão mora ao lado
Mas às vezes não a vemos...
Pois que estamos refugiados em nossos próprios vácuos.
Quando a solidão se impõe a nós, ela nos seduz
E afasta-nos para dentro...
Quiça nos engula a alma!
E consequentemente não haja retorno.
Por vezes é mais fácil se acostumar às renúncias
Que atravessar a estreita fresta da coragem.
Assim sendo,
De vez em quando nos fazemos casulos...
Já que ser "livre" nos dói muito mais.
Mas é assim que tem de ser!
Acariciar, abraçar e inalar a vida
Quase sempre dói.
Porém é-nos uma dor gratificante
E irrelevante diante da dádiva de se viver.
Porquanto deixemos a demarcada extensão
Das nossas crenças, dos nossos sonhos
E principalmente da nossa coragem
Para fazermos um pequeno gesto de ternura
Ao nosso irmão, a poesia e a vida.
Acredito que são nas singelas "miudezas"
Que se abrigam a salvação de muitos.


domingo, março 16, 2014


A vida quase sempre se apresenta em preto e branco
Alternando em tons de cinza os nossos dias.
Mas temos conosco uma caixinha identificada por coração
Onde fica guardada uma palavrinha chamada fé.
Nossa arma secreta para quando as cores nos são furtadas...
Incrível, como essa palavrinha chamada fé
Faz acontecer milagres.
Como ela nos faz seguir em frente diante as tormentas.
Como ela nos faz pegar uma paleta com tintas
E pintar a vida com as nossas cores.
E não com as cores que ela por vezes se apresenta.
Da fé nascem tonalidades!
Faça sol ou faça chuva.
Nunca se esqueça:
Que a vida não é um arco-íris, mas se deixa colorir.
Basta acreditar!


Não sou invencível!
Tenho meus medos, minhas fraquezas e os meus choros.
Mas agarro com ambas as mãos as delicadezas,
As alegrias e os sonhos idealizados.
E vou abrindo meu caminho...
Desviando aqui e ali se preciso for.
Recebendo, ora sim ora não da vida.
Levando da mesma, umas e outras rasteiras.
Porém, aprendi que revidar só irá me causar mais dor.
Então perdôo o que se tem para perdoar,
Sacudo a poeira e sigo em frente.
E quer saber!?
É assim que sinto bem comigo mesma,
Com outros e com a vida.
E é tão somente por assim o ser
Que termino inteira, a cada dia.

sábado, março 15, 2014

Meu filho... Minha vida!


Sim, eu muito te desejei...
E com enternuramentos eu te esperei
Nem tinhas ainda nascido
Porém já lhe acarinhava em meus pensamentos
E já me via debruçada sobre ti
Velando o teu sono, os teus sonhos...
.... As tuas fragilidades
Já te imaginava ao alcance das mãos
A lhe afagar uma distraída mecha de cabelo
Caída sobre a testa
Já ansiava por tuas poses e sorrisos
Tornando tudo o mais pequeno
Diante da graça de te contemplar
E te eternizar em minhas memórias
Nem tinhas ainda nascido
E já me ensinavas ternuras...
Estavas em toda parte de mim
Enquanto meu corpo se desenhava em amorosidades
E o recebia em mim
E pouco a pouco fostes chegando
E me enternurando...
E no dia do seu nascimento
Descobri o quão forte e frágil
Ao mesmo tempo eu sou
Compreendi que em qualquer tempo
Eu morreria por ti
Mas que pelo resto da minha
Eu estaria fragilizada diante das suas dores
Das tuas lágrimas, do teu choro...
Por não poder tomá-los para mim
Os anos se passaram...
A vida teceu os seus encontros e desencontros
E nem sempre o tenho ao alcance dos meus olhos
A desfrutar-me com seus sorrisos desenhando horizontes
Nem sempre o tenho no calor dos meus braços
Quando a tristeza, a desilusão 
O medo e a dor 
Lhe assaltam o peito
Mas uma força maior
Denominada por amor
Atravessa qualquer distância...
E em minhas mãos eu sinto as tuas
A me acarinhar a alma e o coração
Com a tua presença
Pois entre as idas e vindas da vida
Você continuará sempre em toda parte de mim
Porque ser mãe me é a concessão mais nobre
Que Deus me concedeu.



Aprendi que é preciso tempo dentro das rápidas andanças do tempo.
É preciso criar laços e desfrutar de cada passo.
É preciso se deixar encantar, com razão ou sem razão.
É preciso sentir, inalar e embriagar-se do colorido que nos cerca.
Convido-te ao mesmo, não seja um prisioneiro passivo e rotineiro
Das atribuladas mãos do tempo.
Deixe ao mundo um toque da sua presença...


quinta-feira, março 13, 2014


Se não podes me oferecer do dia, a alvorada...
Não me tires dos meus abismos.


Quanto mais observo da vida
Mais eu vivo!
Mais eu sinto...
Das suas nuances
Das suas profundidades
Mais íntimas.
Onde sou braços a aconchegar
Mãos a agarrar
Olhos a reter
Narinas a inalar
E coração a pulsar.
O tudo em um único querer...
Aproveitar cada instante
Da glória de viver.

quarta-feira, março 12, 2014


Não aprecio o amargo da vida
Porém foi provando do seu diversificado sabor
Que aprendi da mesma, o seu valor.


sexta-feira, março 07, 2014

  
Nós mulheres...
Nem sempre temos a receita certa para isso ou aquilo
Mas geralmente colocamos o amor como o princípio
E a base de tudo.
Podemos até não corresponder as expectativas
Dispensadas as nossas pessoas
Porém nos reinventamos sempre em colo que aconchega
Em mãos que seguram
Em pés e olhos que acompanham.
Somos corpo, alma, abrigo, lágrima, riso,
Sonhos, aromas, sabores, desejos, defeitos...
Sim, somos feitas de bem querer
De coração que acolhe e não escolhe
Somos família.
Ser mulher é ser essa imensidão
Sem perder a sensação das próprias asas
E a liberdade do vôo.
Que sejam de luz, paz e amor todos os nossos dias...
Feliz dia da mulher! 


Desde sempre eu aceitei o amor
Reconheci a sua imensidão
Bordando ternuras em minhas mãos
E o recebi em minha casa-coração.
Passeando dentro de mim
Ele vai me ensinando os caminhos
Confesso que nem sempre o deixei guiar-me
Mas conseqüentemente tive de retroceder-me
Sobre os passos dados
Por ter tomado o rumo errado
E se porventura temei em seguir
Posso garantir que as surpresas
Não me foram as esperadas.
O amor tem um jeito terno de ser...
As suas vontades são feitas de mansidão
Sem os arroubos da nossa visão
Ele quer que analisemos os horizontes
Desvendando os seus mistérios e as suas ilusões.
Eu sei que muitas vezes não entendi a sua voz
Mas descobri que é só fechar os olhos
E deixar-me guiar no amor de Deus
Esse é o único e verdadeiro amor
Que nos guia os caminhos e os passos.

quarta-feira, março 05, 2014


Sei que não deveria ser assim,
Mas algumas pessoas nos roubam aos pouquinhos
E por vezes aos montes.
Posteriormente temos que juntar tudo outra vez.
O sorriso, os afagos, os sonhos e até mesmo as lágrimas...
Tudo nos é o resgate do coração.
Pois no jardim da nossa alma
Outras flores, outras ternuras
E quiça outros delírios...
Certamente hão de brotar. 
Outros ventos irão  soprar
E novas ternuras irão pousar. 

domingo, março 02, 2014



Abracem da vida os seus amores
Para não a tê-la sem possuí-la
Perceba a grandiosidade dessa viagem...
De cada entrega que nos oferece o universo
Há-nos tanto para alcançar, conhecer
E adquirir.
São as delicadezas apreciadas aqui e ali
Que nos garante a satisfação da viagem
É a autenticidade dos sentimentos puros
Que nos enobrece o coração
Garantindo a espontaneidade da emoção
De cada milagre recebido
Quando a vida nos toca a epiderme da alma
Bordando-nos as suas ternuras.



O que é bonito tem vínculos dentro do tempo e da distância. (May Lu)

Reciprocidade