REVELAÇÃO

Pois metade de mim é partida
a outra metade é saudade.


Oswaldo Montenegro

terça-feira, março 18, 2014


A vida não me é inebriante, mas também não me é triste.
Tão somente me há certa angustia nos dias vividos...
 Uma saudosa e doce melancolia adormecida no peito.
Pois diante as tempestades desbravei os silêncios...
E dentro dos silêncios depositei minha urgência de fuga,
Criei minhas asas e o meu porto-solidão.
E é como se não me amanhecesse o dia.
Ao mesmo tempo em que me torna impossível
Repousar sobre os dias idos...
Sobre os aranhões na alma, 
Sobre os meus pedaços recolhidos aqui e ali.
Pois que, me falta uma porção.
E sinto saudades de mim!
Dos bocados que me foram tirados.
Não que isso signifique que eu cultive a tristeza.
Todavia, sinto saudades dos sonhos, dos risos...
Que me foram usurpados.
Sinto saudades dos caminhos que não percorri,
Mas que foram feitos para mim.
Eu sabia e sei que estão lá, em algum lugar.
Pois eu os conheço e os sei de cór em cada canto e recanto.
De uma forma inexplicável eu senti os seus ventos,
Seus aromas e as suas ternuras sobre minha pele.
E sinto saudades de uma época em que fui inteira...
Sim, eu sinto saudades da minha alma
E do meu coração em um único lugar. 

3 comentários:

Edum@nes disse...

Com amor, Incessante!
Ouvindo uma linda melodia
A vida não lhe é inebriante
Que seja vivida com alegria!

Desejo para você, amiga May Lu,
uma boa noite, um beijo.
Eduardo

Graça Pereira disse...

Saudades de vir aqui...estive ausente do meu blogue mas, estou de volta e visitando os meus amigos.
beijo carinhoso.
Graça

Roselia Bezerra disse...

Olá, queria
Belo escrito poético onde a alma se revela com sensatez...
Bjm fraterno e quaresmal


O que é bonito tem vínculos dentro do tempo e da distância. (May Lu)

Reciprocidade