Às vezes,
A maior distância que existe
É o silêncio entre duas pessoas
O silêncio entre as palavras
E se torna tão fácil
Segurar as palavras entre os lábios
Sobretudo quando elas escoam dentro de nós
E se unem numa muralha intransponível
Ascendendo há uma altura sem dimensão
Ficam lá, silenciosas.
Ao mesmo tempo em que...
Ressoam jorrantes e catárticas
Por todo o ventre das nossas almas
Agitam-se violentas e venenosas
Absorvendo-nos a ternura
Das almas que choram
À espera
De serem lançadas em êxodo
Numa enxurrada de palavras ferinas
No mais inteiro e absoluto vulcão
Onde tudo troveja e explode
A face um do outro
E aos poucos nada mais existe
Nada mais se renova...
E das mais lindas palavras ditas
proferidas
Por duas almas apaixonadas
Somente sentem-se os ecos
Cravados no peito
Rendidas,
Pelo cansaço da luta inglória.
(O silêncio tem o poder de unir e desunir pessoas.
Às vezes as palavras precisam ser ditas
Nem que sejam pelo silêncio de um olhar,
Para que a magia possa continuar...)
Um comentário:
Vivi mil passados em mil vidas
Cada um preso numa singela caixa de madeira
Que vogam à deriva entre a terra e o infinito
À espera da minha viagem derradeira
E nesta viagem tenho feito tanta loucura
Às vezes consigo despertar a magia
Já disse tanta palavra de imenso sentir
Já embarquei em tanto cais em que apenas eu partia
Já toquei as músicas todas que sonhei
Feri um coração tanta vez sem querer
Adormeci esperançado do desencontro com o acordar
Apenas porque muitas vezes, dói tanto o amar
Doce beijo
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