REVELAÇÃO

Pois metade de mim é partida
a outra metade é saudade.


Oswaldo Montenegro

quinta-feira, outubro 31, 2013


Preciso que me olhe nos olhos.
Pois é quando me sei dentro...
De ti, do nosso amor.
E sei que estou onde quero estar.



Sorria-me criança
A paz e a esperança.
Sorria-me, com seu doce e interminável sorriso.
Pois que me trará de volta...
As minhas partes desencontradas
Ao todo de mim.


quarta-feira, outubro 30, 2013



Felicidade são esses raios de sol a entrarem-me por frestas...
Depois de forte tempestade balançar-me as portas e janelas.
Felicidade é essa presença divina
A me beijar as estruturas da alma e do coração.
Induzindo o todo de mim transbordar em amor.
Felicidade é quando as delicadezas me despertam a criança.
Derretendo as asperezas da minha estrutura adulta.
Suavemente a ternura desliza-se por debaixo d'minha pele
E volto a ser doçuras e travessuras.
Felicidade é esse toque com açúcar que a vida me presenteia
Nas voltas que o mundo nos dá.



segunda-feira, outubro 28, 2013

Saudades De Nós



De repente descobri, que os encantos prometidos
Haviam sidos esquecidos.
Entrementes,
Acumulou-se o silêncio...
Que fere e transborda-me dentro do peito.
Por cada palavra não dita
Por cada afago negado
Da tua distância até a minha
Nos perdemos.
Partilha?
É-nos sentimento esquecido.
As gavetas guardam nossas carícias
Os gestos
O rito
O calor
O sabor
Do delirante aconchego. 
Sem ruídos ou espaventos
Engavetamos a linguagem do amor.
E da miséria que fez...
O silêncio me namora mais de perto.
O blefe
Compacto, denso...
É-me a certeza mais próxima
Do afeto que me oferece.
E na aflição de te amar
Não sei se me afasto ou se te espero.
Quiçá eu lhe deixe ir
Se me deixar ficar inteira...
Da vaga lembrança que hoje sou
De mim mesma.


domingo, outubro 27, 2013


Às vezes é preciso lamber as chagas
Das nossas feridas abertas.
É preciso escorrer pelos cantos da boca 
O amargo da lesão.
É preciso provar da dor...
A polpa quente e latente
Entalhada no nosso avesso.
É preciso sorver o sangue...
Até sentir o doce da seiva.
Em novedio nas brechas das nossas alma.
Para que nos inicie a cicatrização.




sábado, outubro 26, 2013


Dá arrepios, quando em imensidão...
Explode por dentro,
As garras da bravosidade que nos move.
Ela chega rasgando...
Chega imensa e transbordando.
E descobrimos que somos capazes de abraçar o mundo.
Descobrimos que mora um guerreiro valente
Dentro da gente.

sexta-feira, outubro 25, 2013


Embriaguei-me de poesia
Da taça em que borbulhas o inteiro do mundo.
Bebi gota a gota o doce e o amargo da vida...
Do seu êxtase e do seu sangue.
Tornei-me ébria do poema de cada dia
Sempre em brotamentos de momentos.




quinta-feira, outubro 24, 2013


Regue as tuas cores...
Para que elas lhe dê viço aos dias.
Regue os teus dias
Para que eles lhe alimente as cores.




quarta-feira, outubro 23, 2013


Quase sempre acolher a absolvição das mágoas
É-nos um desafio.
Primeiro há de acolher a ofensa
A bofetada na cara...
Todavia nos sentimos ultrajados
Ante uma agressão.
Seja ela física ou moral.
Por vezes o ultraje e a vergonha
 São-nos maiores que a dor.
Cravando-nos no peito a flecha do ressentimento.
Que à margem alimenta-nos os maus sentimentos.
Daí em diante é preciso mais que tempo
Para acabar com o descontentamento.
É preciso novos ventos 
Para esparramar o fermento...
Ventos com aromas de perdão.
E meiguice em cada movimento.
Para nos suavizar a inquietação.
Mas para tal é preciso querer.
É preciso direcionar o nosso coração
Para que a serenidade se achegue.
Reavivando em nós o sublime dentro das emoções.
É preciso apaziguar a alma
Costurando o rasgo que nos engole por dentro.
E nos liberte do engasgo da mágoa.

quarta-feira, outubro 16, 2013


Gosto de gente que tem alento no olhar.
Olhar que abraça a alma da gente.
Gosto de gente que tem imensidão nos olhos.
Olhos que acolhem as belezas dentro.
Gosto de gente que sorri com olhos.
E derrama esperança ao redor.
Olhares assim se chamam aconchego...
Diante deles despimos as nossas verdades.

segunda-feira, outubro 14, 2013


Por que o amo?
Porque ele coloca afagos nas pontas dos dedos.
Quando toca as partes e o todo de mim.
O amo
Porque ele foi capaz de enxergar-me as asas
E levar-me para voar.
E quando as asas pesaram-me...
Ele não permitiu que eu caísse.
O amo
Porque ele amou-me...
Quando eu não consegui me amar.
E salvou-me de mim mesma.




domingo, outubro 13, 2013


Psiu, você mesmo. Corre aqui...
Dá-me um caloroso abraço, me segure pela mão.
E me leve para onde haja sol.
Pois que os dias me sorriem em conta-gotas...
Numa dor de parir o lume pelas venta.
Porquanto, há tempos,
Que as nebulosidades lhes habitam.



Quando os lábios não alcançam o coração
Sorrir dói.
Os sons relutam em sair de dentro...
Num esvoaçar de alegria solta.
Retido no semblante calcificado
Fica aquele riso amarelo 
A cair pelos cantos da boca.


sexta-feira, outubro 11, 2013


Hoje eu queria apenas acordar nos seus sonhos.
Com você me enxugando as lágrimas.
As lágrimas que tive de chorar...
Quando fui para você apenas um sonho que se desvaneceu.

terça-feira, outubro 08, 2013


Ah, eu sinto sim.
Essa tal dor de florir...
Um dia de cada cor.
Pétalas de mim em uma flor.


domingo, outubro 06, 2013


Saudade não é nada mais que
Momentos inteiros, verdadeiros 
E vividos...
Que ainda conservamos dentro.
Saudade é fragrância
Impregnada na alma da gente.


sexta-feira, outubro 04, 2013


Primeiro a vida me espalhou...
Para depois mostrar-me, o meu lado inteiro.


O que é bonito tem vínculos dentro do tempo e da distância. (May Lu)

Reciprocidade