REVELAÇÃO

Pois metade de mim é partida
a outra metade é saudade.


Oswaldo Montenegro

sexta-feira, novembro 30, 2012

Solidão embrionária



Agrilhoada no arrastar das asas do tempo
Na longa espera pela libertação
A embrionária crisálida não adormecia.
E enquanto lá permaneceu
Mergulhou em doído silêncio
O silêncio de quem expõem a sua nudez
Muito além da sua escolha.
Sedosamente envolta em dolorido abrigo
A essência fez-se cativa da metamorfose.
Numa ávida sofreguidão de quem aguarda pela luz
Temeu pelo precioso momento.
E, eis que chega o tão desejado instante...
Com certa dose de ansiedade
Removeu-se do alvéolo
Abriu suas magoadas asas
E levantou o tão sonhado voo.
Entretanto, com certa mágoa e polida "indulgência"
Compreendeu que a diferença entre o voo e o casulo
É apenas uma tênue linha,
Revelando os opostos fundamentais da vida;
Onde as concepções dos mesmos se revelaram "similares"...
Um território de dolorosa solidão,
Que está muito além do ornamento das cores
E da liberdade de horizontes.

4 comentários:

Carmen Lúcia.Prazer de Escrever disse...

Olá May,lindo poema!A metamorfose da lagarta em borboleta.Não seria o casulo um óbice para essa transformação.

Bjs de Luz

Carmen Lúcia

VILMA ORZARI PIVA disse...

Bela poesia nos levando a refletir sobre a solidão sob o prisma da igualdade dos opostos. Parabéns! Bjs.

Zélia Cunha disse...

Io May lu

Que lindo poema! Nos leva a várias reflexões:solidão,espera, metamorfose... além do "casulo" e o "voo".
Um iluminado final de semana para você!
bjs

VIVENDO A VIDA ASSIM... disse...

Oi May Lu, esta é uma linda reflexão que nos inspira a pensar em muitas coisas, e da qual tenho a mesma opinião e concordo com o que escreveu a tua amiga Vilma. Um Feliz final de semana, beijinhos doces. Suzana (www.sfersete.blogspot.com.br)


O que é bonito tem vínculos dentro do tempo e da distância. (May Lu)

Reciprocidade