Apetece-me ser o teu cais
Só para te ver chegar
Para quando a mim voltar
Em meus braços descansar
Apetece-me ser tua madrugada
Só para te ver em alvorada
Ao toque das cornetas amanhecer
Em gorjeios da paz anunciada
Ladainhas em trigo e mel
Apetece-me ser o teu céu
Só para estar contigo em viagem
Abrigada por tuas asas
Que sobrevoa pela imensidão
Apetece-me ser o teu espaço em negro
Para que preenchas meu espaço em branco
O dia e a noite em risco no papel
O inquietante universo em versos
Há esboçar-me o lado de dentro
O lado que me espera
Apetece-me ser as cortinas dos teus olhos
A desvelar-me em íris própria
O meu obscuro prisma
Na luz que nos fende por dentro
A cavar nossos silêncios...
E ficarei no teu silêncio
Apenas a descansar!
Apetece-me ficar as margens do tempo
A espera do sopro do vento
Para que me bafeje a vela do barco
Enquanto,
Respiro devaneio
Delírios na palma da mão
Na espessura dos meus dedos
Desabrochando em espera.
3 comentários:
Belíssimo poema, de grande intensidade..parabéns!! Aproveitando, mesmo não sabendo se és mãe, mas mesmo assim te desejando um Dia das Mães muito feliz mesmo, com muita paz, com muito amor. Um grande beijo minha amiga. Suzana.
Poesia encantadora,que nos apetece em uma brisa leve e o vento nos leva a rumos inespeados.
Obrigado por visitar o meu blog e deixar sua marquinha.
Desejo para ti um lindo domingo das Mães cheio de alegria e paz.
Bjos.
Um domingo cheio de amor, paz e coisas boas.
Beijos
Mary.
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