REVELAÇÃO

Pois metade de mim é partida
a outra metade é saudade.


Oswaldo Montenegro

quinta-feira, dezembro 15, 2011

O tempo



Hoje choveu... Chorei
Estava um dia frio, nublado
E o tempo chorou
Pelos tempos que já se foram
Pelos ventos que sopraram
As estações
Os amores
O tempo chorou
Pelos vales secos
E seus ossos expostos
Pelos justos e injustos
Pelos tempos de guerras
De destruição...
Chorou pela falta de paz
De renovação...
Do tempo dentro do tempo
E chorei por mim
Por você
Por alguém... Por ninguém
Por tudo e por nada
Pela falta de tempo
De muitas vidas
Do próprio tempo.


quarta-feira, dezembro 14, 2011

Simplesmente amor


Porque perdemos tempo com coisas vãs?
Não achamos um ponto de entendimento
Cada um perdido dentro da sua causa
Motivo... razão
Um tempo que deveríamos 
Simplesmente nos amar
Sermos felizes
Pela grandeza de estarmos juntos
E amarmos um ao outro...
Grandeza maior seria
Aceitarmo-nos um ao outro
Dentro do limite de cada um
Aceitando os defeitos
Pela simplicidade
Que nosso amor é maior
Que qualquer outra coisa.



terça-feira, dezembro 13, 2011

Fúria Cega


Ah! Maldigo esta minha fúria
Este ciúme cego
Sangra-me o coração!
Paraíso?...Por quê?
Vive-se um inferno
Não existe certeza
Neste meu acordar
Negros tormentos...
Onde esta tu confiança?
Porque me tira a esperança
e coloca em mim grilhões de ferro
Espreitando através 
Dos meus pensamentos
Injetando em mim seu veneno.


Indo Embora


Sempre fui assim tão transparente
Expondo todos meus fantasmas
Você tão oculto de mim, aparente
Meias verdades, faltando palavras

Chega de fingir que esta tudo bem
Que nunca precisei de você só meu
Você sempre longe de mim, além
No seu caminho, num mundo só teu

Então eu vou fechar a porta
Trancar meu coração, ir embora
Quando não mais aqui eu estiver
Vou fechar os olhos, esquecer

Lembre o quanto importei te amei
Do jeito que tinha de ser, entreguei
Que mais eu posso fazer agora?
Além de fechar a porta, ir embora.


Amor amante


Batimentos
Sentimentos
 O coração
Ardente... Quente!
O amor do amante
Dia... Noite
Treme... Geme!
Lastima o amante
Em sua dor de amor.


Sacrifício


Não receio mostrar-te
Tirar a máscara
Da sandice
Expor-me nua e crua
Sem transição... Sem melindre
Enquanto arde em mim
A inquisição da poesia 
que me escreve.


segunda-feira, dezembro 12, 2011

Pirilampo


Uma vez teci um sonho
Eu vi um pirilampo perto 
Pequenino
Fulgurante
Iluminando-me a escuridão
Quebrantando as minhas sombras
Retornei e chorei.


Lobo


Dentro do sorriso da noite
a lua
Quebrantando a escuridão
Dentro do silêncio
 O uivo
Com espasmos de solidão
Lobo solitário que é...
Ainda não achou o caminho
Do menino
Na alma deste adulto ser.



A alma estava molhada
Quando a mulher chorou
Chorou por mim
&
Pelos meus sonhos perdidos
Chorou pela ternura
Esquecida dentro de si.


Vale selvagem



Senti...
A utopia rindo da minha cara
Enquanto ouvia 
Ao longe uma canção
Que toda criança tem alegria de ouvir
E de cantar
Fiquei com um gosto amargo na boca
Descendo feito fel pela bílis
O canto soa mais alto
Mais perto
Os sonhos ecoando pelos montes
Descompassando meu coração deserto
E por um instante torno-me
Uma mulher-criança
Ou seria
Um criança-mulher?
Um soluço...
E cavalgo minha fuga
Galopante.


domingo, dezembro 11, 2011

Sonhar é um deleite



Sonhar é um deleite
Que minha alma acolhe
E escolhe
Sonhar é uma conquista
O momento
  O sentimento
Sonho que abraça
A solidão envolvente
Sonhar não é esperar
O vento soprar 
Em minha direção
É correr atrás dele
É a ilusão
A emoção
Sonhar é escutar o silêncio
Dentro do silêncio
E ouvir-lhe o eco 
Das falas
É sentir a noite escura
O sol que perdura
A cura
Sonhar é uma vitória
A glória
Uma história
Sonhar é viver este dia
Suas cores
Seus amores
Seus sabores
Sonhar é sentir do coração
O calor 
A paixão
E ir além
Dos limites
Que a vida nos impõem
Sonhar é seguir
Com todas que sou
É deixar acontecer
E viver.



Fuga


Veneno que ferve

latente

Fogo que queima

arde

Sangue que corre

escorre

Coração que lateja

pulsa

Pulso intenso

desejo 

Noite escura

procura

Grito mudo

eco

Escuto o silêncio

choro

Retornam os medos

loucura

Caminho sem rumo

Fuga...

Amante


 
Sou amante do silêncio
Das palavras
Dos pingos da chuva
Do sol
Sou amante do seu sorriso
Das lágrimas
Dos sentimentos que falam
Que calam
Do meu reflexo em ti
De mim
Sou amante por ser amor
 Ser dor
Amante e nada mais. 


sábado, dezembro 10, 2011



Não me julgue
Já tenho minha sentença...
Uma alma de muitas idades
Não procure-me na aparência
Procure pelo meu eu
Minha transparência
Procure a verdade
E acharas a essência
Da criança esquecida
Do colibri que esteve aqui
Dos vôos que nunca fiz
Dissipe-me... Revele-me
O mistério na poesia.



Os mortos



Cenas adormecidas
Que a qualquer momento
Pode ressuscitar os mortos
Emoções guardadas, veladas.
Lembranças, sensações esquecidas.
Soterradas no recôncavo do meu eu
Passado que tem formas
Imagens que tem rosto
Medo e dor
seqüelas
 Da luta pela sobrevivência
Sair das sombras
Fantasiar a aparência
Quebrar o círculo
Paredes que me foram impostas
Entre a sanidade e a  loucura
Em busca da identidade
Da cura.

 

Quem sou eu?


Paisagens tão antigas
Dentro da uma alma velha
Até parece que venho 
De outros tempos
De outras vidas
Personagens esquecidas
E revividas
A quem empresto a voz
O sorriso, as emoções
Até que me perco
E não me tenho
Tantos eu em mim
Em lugares que nunca estive 
Mas que estão ali
Gravados na memória
Contando minha história. 

Eu estava só



Porque o silêncio?
Você não percebeu 
Quando fechei a porta.
Fui saindo tão de mansinho...
Numa férrea luta para não ir.
De calar-me as palavras
Voltar para o meu eu...
Escorregando
Para dentro de mim.
Onde estava você?
Quando lhe sorri
Gritei e implorei com os olhos.
Dizendo-lhe estou aqui.
Ame-me, me tenha e socorre-me.
Porém numa mágoa que sangra 
E me dói percebi...
Eu estava só
Antes e agora.




Quando o sorriso não alcança o coração
Sorrimos de fora para dentro
Pois sorrir de dentro para fora dói...


sexta-feira, dezembro 09, 2011

Milagre do natal


Não vou permitir 
Que minhas recordações
Sejam como uma vela apagada!
Espero um milagre...
Que me seja chegado 
  De uma estrela cadente
Como a que guiou os reis magos
Que penetre nos côncavos
Do meu coração
Desvende-me a alma
E resgate a ilusão
A crença da criança
Que um dia esteve aqui
Que renasce a fé
A plenitude dos sonhos
Que ficaram adormecidos
Mas jamais foram perdidos
Renova-se em estado de graça
No coração de cada homem 
A magnitude de gesto tão nobre
De um amor imensurável
Como o de Cristo  por nós.


Amores de verão


Amores de verão
Que vem
&
Que vão
Seguem sem direção
Arroubos da estação.

Outra vez


Vai me chamar de insensato
O coração 
E com razão
Outra vez estou amando
E vou chorar 
Vou sofrer 
Eu sempre digo que nunca mais
Que vou parar
Que vou mudar...
Mas outra vez apaixonei
Será melhor a solidão?
Que não sonhar
Perder o juízo 
 Apaixonar...
E quiça me magoar.

quinta-feira, dezembro 08, 2011

Palavras gritam


Palavras gritam
Os sentimentos que calam
Letras que falam
Na dor de um coração
Frases aparecem
Em páginas se transformam
Vão contando uma história
Estão passando a limpo
Os segredos de uma paixão.

quarta-feira, dezembro 07, 2011

Náufragos


Os vejo da minha janela
Os contemplo, tantas almas.
Tantos rostos, sorrisos perdidos.
 Prisioneiros de suas vidas
Extenuados pelas lutas.
Entregues aos vícios
desonrados
São náufragos do destino
Dispersos, espalhados
Na escuridão...


Alma Peregrina

 
Oh! Alma minha
Alma cansada
Peregrina és no mundo
Perdida na imensidão
No seio da minha escuridão
Onde tu estas?
Porque te afliges?
Sozinha em tuas angústias
Em meio às tempestades.
Onde está teu porto?
Tua guarida.
Salvação! Salvação!
Oh alma minha 
Sinta a paz no coração.
Sim, minha alma
Por tanto tempo julguei-te
Perdida, esquecida...
 Agora sei que é parte de mim
E que a solidão é minha.


quinta-feira, dezembro 01, 2011

O efeito do "abraço"


No dia a dia de tanta correria
Esquecemos muitas vezes
De dar aquele abraço
Bendito abraço!
Que acalenta que renova,
Que restaura as forças.
Um abraço apertado
De almas
De querer bem!
De amar alguém.
Um abraço 
Que nos tire da solidão
Da escuridão
Nos salva...

 

O que é bonito tem vínculos dentro do tempo e da distância. (May Lu)

Reciprocidade