E então ela começou lembrar-se...
Das perguntas não feitas
Pelo medo das respostas
Da intimidade nunca compartilhada
Dos segredos escondidos no fundo do olhar
Dos carinhos sempre adiados para mais tarde
E da esperança oca que ela tinha
De modificar aquele amor desejado
E nunca saciado
Que ingenuamente ela amava só
Entre verdade e fantasia
Mantinha-se fiel ao vazio que recebia.
Hoje?
Ela espera matar a saudade
Da presença daquele que nunca teve
Enquanto sente o coração comprimir-se
Diante das lembranças vazias
Ante a sua sede de chama.
E no olhar magoado
Cabe, uma lágrima disfarçada
Num ultimo aceno
Que se perde
Em sua face sempre gelada.