REVELAÇÃO

Pois metade de mim é partida
a outra metade é saudade.


Oswaldo Montenegro

terça-feira, novembro 27, 2012

O sabor do vento



Quase a flutuar ela fica em silêncio
Ao som do vento.
Que se revela um menino serelepe
Despenteando tudo a sua volta.
Sapateando descalço
Entre delicado e arredio...
Deixando nesgas de esperança nos passos. 
Ela pode sentir sua gargalhada
Espalhando no ar um cheiro de flor quando sorri.
 Colorindo todo o quintal do mundo, em redemoinho.
Movimentando nuvens mágicas pelo céu
Num estampado céu-de-mil-cores.
Com uma coloração que era só dela.
É nesse instante que ela agradece
E abre os braços para uma prece.
Numa serena felicidade distraída
Deixa-se embalar na ternura do momento.
Pois que dias assim, não lhe são freqüentes.
Dias assim tem sabor...
Deixam-lhe na alma um suave gosto de mel.
De repente o vento toca-lhe de leve a face
Num suave beijo de despedida.
Beijo assim...
Parece poema preenchendo espaços.
A alma anseia pelo próximo.
_______
Então o vento se deixa ir...
Prosseguindo em seu giro pelo mundo.
Entretanto,
Já não têm mais jeito de menino serelepe
Deixou atrás de si os devaneios.
Desloca-se agitado
Contraindo outros aromas, outros movimentos.
...
(Nada é pequeno quando se prova a ternura do vento)

2 comentários:

Carmen Lúcia.Prazer de Escrever disse...

Realmente May Lú,nada é pequeno quando se prova a ternura do vento;principalmente quando nos tráz perfumes de alguém muito distante.Parabéns pelo poema.Lindo demais.
Bjs.
Carmen Lúcia

Penélope disse...

Nada é pequeno quando se prova a ternura do vento... há que se dizer mais o que? Que máxima cheia de amor...
Abraços


O que é bonito tem vínculos dentro do tempo e da distância. (May Lu)

Reciprocidade