REVELAÇÃO

Pois metade de mim é partida
a outra metade é saudade.


Oswaldo Montenegro

segunda-feira, agosto 27, 2012

Sonhar é perfumar a alma


Sonhar é perfumar a alma
É afagar o coração.
Sonhos que me acalentam os dias
Sonhos que me invadem as noites.
Sonhos que vem e se vão
Mas, nunca sonho em vão.
Há sonhos que me dão fé
E faço deles minha oração.
Há aqueles sonhos adormecidos
Esperando a redenção.
Também há outros tantos
Que é mera ilusão.
 E assim
Os sonhos se alastram e crescem.
Feito flores, nos canteiros da minha alma.
Eles embalam tão suavemente meus dias
Que me fazem querer sempre mais.
Porque vivo de sonhos?
Pois me é caminho que ando descalça...
Ao encontro da liberdade.
...
(Sonhos é alimento para as crenças interrompidas.)

quinta-feira, agosto 23, 2012

Saudade



A saudade é uma presença,
A jornada a uma querença.
O manifesto, a existência.
Saudade é um sentimento,
Das coisas inatingíveis.
A comparência distante... a renascença.
Da sensibilidade a uma precedência.
A crença... Uma vivência.
Seria a saudades uma incoerência?
Depende da procedência...
Nau à memória.
Somos aterrados a nossa história.

quarta-feira, agosto 22, 2012

Elos de uma alma


Sentimentos embaralhados...
Por vezes desejo compartilhar
Meus sonhos, meus anseios
Meus erros e acertos.
Outras vezes desejo um lugar solitário
Sozinha com meus segredos.
Medos?
Certamente os tenho.
Compartilhar é abrir  caminho...
Certo ou incerto.
Onde eu desconheço
Os movimentos e a paisagem.

domingo, agosto 12, 2012

Ela ainda acredita



Ela ainda acredita...
Que se alguns dias chovem,
É para as angústias lavarem.
E depois, 
Novamente o sol há de brilhar.
E em seu jardim hão de surgir...
Pequenas e grandes flores.
Numa grande mistura de cores.
Que lhe despertará as borboletas,
Adormecidas em sua alma.
Então ela se deixa levar...
Feliz por ainda poder sentir,
 O seu coração no peito vibrar.
Talvez seja,
Porque apesar dos pesares
Nunca deixou de sonhar.

terça-feira, agosto 07, 2012

Resistência


Quiçá rasgue...
Às vezes sangra.
Possivelmente doa.
A dor...
Que da alma escoa.
Que assim seja... 
Pois que o caos reside no profundo.
Depois a gente endireita
Reinventa...
Por quê?
Há-nos fé...
A divina fé que nos habita. 
E gente segue acreditando...
Que o melhor está chegando.
Sim, borboletas que somos
Fazemos-nos crisálida. 
E aguardemos a metamorfose.

Sonha de ser feliz


“De sonhar ninguém se cansa"
Portanto ela sonha...
Sonha com a doçura
De uma borboleta voando.
 E por entre as nuvens
As cores do arco-íris desenhando.
Sonha com os pássaros cantando
E com o sorriso
De uma criança brincando. 
Sonha de ser feliz 
Sem medo dos ventos soltos.
Sonha para que não se perca.

sábado, agosto 04, 2012

É tempo de floração


Não sou apenas o caule
Que sustenta as minhas folhas.
E nem tampouco sou apenas folhas
Em seu renovo.
Sou a essência... a seiva bruta.
É ela que me sustenta.
Que sobe de minhas raízes
E alimenta... 
A minha ânsia de seguir em frente.
É a parte que não me deixa desistir.
Embora o aroma seja de flores
 Foi tão difícil chegar até aqui...
Ao tempo de floração. 

Medo de estar viva


Escrever para mim sempre foi como respirar.
Já tive meus versos rasgados
Outros tantos foram julgados.
Numa forma de me censurar
Por aqueles que diziam me amar.
Entretanto cegos estavam
Pois não viam... 
Que eu estava a me salvar.
Teve tempos de mergulhos profundos
Tantos outros estive a poetar.
Não sabia se ficava à tona
Ou se ficava com meus fantasmas ao fundo.
Quando tinha medo de viva estar
Eu só queria no abismo mergulhar.
Seria tão mais fácil ali permanecer
Porém eu deixaria de viver.
Enquanto em meus versos...
Eu só precisava respirar.

sexta-feira, agosto 03, 2012

Caminhei em labirinto


Já dei muitos passos
Andei por muitos caminhos.
Viajei longa distancias
Caminhei em labirinto...

Um Labirinto Que Existe Em Mim
Juncado Em Minhas Entranhas
Fazendo-me Andar Em Círculos
De Jeito Tão Complexo
Que Nunca Me Encontro...
Si Presa Em Minha Teia
Vivo Meus Devaneios
Quando Me Perco Me Acho
Quando Me Acho Me Perco.
E finalmente estou num reencontro.
 Ou melhor, dizendo...
Um encontro com o meu eu.
Um dia de cada vez.
Um passo, sem talvez.



O que é bonito tem vínculos dentro do tempo e da distância. (May Lu)

Reciprocidade